Mortalidade em excesso em Portugal: covid-19 ou não?

Portugal vai com 115 mil mortos em 2020, o ano mais mortal desde há X anos, com X um valor que não tem qualquer significado além de dar titulos chocantes. O jornalixo incapaz de analisar dados escreve logo no titulo ou no cabeçalho “mais cerca de nove mil mortos que em igual período de 2019 sendo que, recorde-se, perto de 5 mil foram causados diretamente pela Covid-19”. Só que… não foram. Apenas ignorância estatistica pura.

Vamos analisar o excesso de mortalidade, vamos ver se podemos culpar “a pandemia” ou se o culpado será antes “as medidas sem qualquer sustento cientifico tomadas com a desculpa da pandemia

Quando ocorreu uma mortalidade em excesso brutal? Em Julho, quando não havia pandemia.
Basta olhar para os dados do evm.min-saude.pt para perceber logo que em Julho morreu um excesso de 2 200 pessoas e a mortalidade covid nesse mês foi irrisória. Logo dizer que “perto de 5 mil foram causados directamente pela covid-19” é uma mentira descarada. Onde andam os poligrafos?
Mas vamos fazer o mesmo exercicio por cada mês.

Mortalidade em excesso em Portugal: covid-19 ou não?

Ou seja, em cada mês calcular o excesso de mortalidade, e a esse excesso retirar os mortos covid – assumindo que seriam todos em excesso – vemos que houve 6618 mortos em excesso NÃO COVID até final de Novembro. Num total de excesso de mortalidade de 10 973 em relação à média 2015-19. Ou seja, analisando o momento das mortes e da ocorrência de mortes covid, não podemos atribuir mais que 60% do excesso de mortos a covid-19, nem na análise mais benevolente para as decisões politicas.

Mas depois há as infeções respiratórias desaparecidas. Um segundo factor. Em 2020 as mortes por infeção respiratória cairam a pique, exclusivamente por critérios burocráticos de atribuição. Ninguém no seu juizo pode acreditar que é por “causa das medidas“. Medidas que não apresentam eficácia relevante em estudos populacionais, os mais generosos encontram reduções de infeção respiratória de 20% pelo uso de máscaras e distanciamento social, nunca em caso algum em lado nenhum podem justificar reduções observadas de 80% a 96% das infeções respiratórias. Há um principio fundamental em medicina dose e efeito. Quanto maior a dose maior o efeito da medida. É impossivel uma dose baixa de medidas com baixa eficácia terem efeitos várias vezes maiores.

Mortalidade em excesso em Portugal: covid-19 ou não?

Logo, a redução de outras doenças respiratórias e da sua mortalidade associada, que é sempre muito alta, leva a um efeito que muitas das mortes atribuidas a covid como potencialmente sendo “excesso” não o são. São apenas mortes expectáveis por doenças respiratórias. Ou seja, do excesso de 6618 que pode ser em análise generosa atribuídos a covid, uns 50% não podem ser considerados em excesso. Novamente numa análise muito muito generosa dada as quedas de 80% de episódios de infeção respiratória e logo de mortalidade potencial.
Ficamos que, num mundo racional, só aprox. 3000 mortos em excesso podem ser atribuídos a covid-19, de 11 000!!!!! Menos de 1/3! 8000 mortos em excesso”sem explicação”, “sem responsável”

8000 mortos. Uma pequena fatia, 5% podem ser atribuidos ao envelhecimento da população, que naturalmente leva ao aumento da mortalidade. O resto, o resto são consequencia directa do colapso dos cuidados de saúde, do colapso dos lares e do medo instalado para “combater a pandemia“.
Não é o virus que mata, é o medo e as medidas tomadas para “combater” esse medo.

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