Um ano a sobreviver

Um ano a sobreviver, à maior ameaça colectiva da história recente.

Há um ano instalou-se uma ameaça gravíssima à minha vida, à qual felizmente consegui sobreviver.

Desde há um ano que me desejam a morte diariamente, que a desejam à minha família e amigos. Ainda bem que não sou crente em magia negra, todos vivem, alguns com gripe.

Há um ano que me tentam prejudicar profissionalmente. Felizmente tenho uma carreira à prova de máfias obscuras nem acredito em cabalas.

Há um ano que me prometem recusar cuidados médicos se deles necessitar. Felizmente tenho uma saúde estável e hábitos maioritariamente saudáveis.

Há um ano que cospem as pedras que piso por ousar manter a minha identidade, a expressão facial. Felizmente tenho bom equilíbrio, não escorrego e continuo a caminhar nos caminhos da liberdade.

Há um ano que milhões por outro lado sofrem as consequências das suas crenças religiosas. Deprimidos, falidos, marionetas de corruptos. Infelizmente acreditam em religiões mal amanhadas.

Continuarei a percorrer a estatística e a epidemiologia, como me ensinaram.

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