Professores universitários anunciam o funeral da academia

Professores universitários anunciam com pompa e circunstância que não foram vacinados e que muitos se recusam a dar aulas presenciais por causa disso. Professores universitários anunciam o funeral da academia numa frase. O único local onde há obrigação de conhecer e compreender a ciência e escutar os seus pares que a conhecem, anuncia que preferem a histeria irracional. Não há qualquer risco acrescido em qualquer escola ou universidade, não há qualquer surto conhecido em tais locais! Não há qualquer prova digna de nome que as vacinas tenham qualquer eficácia. As universidades e seus professores tem obrigação de saber isto. Se não sabem – um engenheiro mecânico não tem obrigação de saber epidemiologia – tem a obrigação de escutar os seus pares e não engolir acefalamente o medo do jornalixo.

Mas mais grave, o conselho de reitores embarca na campanha asinina sem qualquer pudor. Em vez de pressionar as universidades a fazer o que é o seu dever, punir quem se recusa a cumprir a sua profissão e quem mancha de vergonha a sua reputação profissional em público, alimenta a histeria, alimenta o oportunismo mais básico.

A academia em Portugal sempre foi um ninho de cunhas, compadres e endogamia. Agora prova que é um ninho de oportunistas ignorantes. Os professores, como classe, saem deste episódio mais enlameados que 4×4 alentejano, conseguem provar que o seu umbigo é muito maior que o seu dever, que o corporativismo é mais importante que o bem estar dos que prometeram educar, que a sua cobardia não conhece barreiras de decência, que a sua formação não lhes permite perceber nada mais que o comum sujeito à propaganda do medo.

Para que conste, fui professor do ensino superior.

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