Já se fecharam escolas. Por causa da histeria

https://www.smithsonianmag.com/history/how-soap-opera-virus-felled-hundreds-students-portugal-180962383/

 

Em tempos havia uma novela de péssima qualidade “morangos com açúcar”. Na novela, os episódios seguiam com dramazinho ficcionado atrás de dramazinho de encher chouriço. Durante semanas o dramazinho foi um “vírus”. Os personagens estavam doentes com um vírus.

Os jovens ávidos consumidores do enchido televisivo, diário, também. Isso mesmo, começaram a relatar os sintomas que viam na TV nos seus ídolos ficcionais.

O INEM foi chamado, os “casos” tratados e as escolas fechadas! Os professores “cuidavam” e chamavam os médicos. Os pais exigiam que se protegessem as flores de estufa. Os políticos acediam.
Mais de 300 alunos terão tido queixas, de 15 escolas diferentes. As autoridades de saúde receberam chamadas de docentes. A Escola Secundária Padre António Vieira, com 22 casos do vírus, encerrou portas. Na Escola Casal Novo, em Caneças, Odivelas, 43 alunos terão sido assistidos no Hospital de Santa Maria. Naqueles dias o INEM atendeu ainda chamadas de sítios tão distintos como o Barreiro, Cacém, Torres Vedras ou Santarém.

 

Depois, depois, não havia nada. Histeria de flores de estufa que não deixaram de distinguir realidade da ficção, vidas vácuas em busca de atenção, sociedades hiper confortáveis em busca de dramas para fazerem a novela da vida.

Depois, depois, surgiram internet e redes sociais em força. Os jornalixo abandonaram todo o dever ético e transformaram os seus empregos em guionistas de novelas de cloaca. Um vírus banal fez drama de prime time na novela das 13, das 15, das 20, de tudo. Sempre o mesmo episódio filmado numa ditadura primeiro e de caixões de um naufrágio depois. De uma novela de enredo barato mas com imagens ainda mais económicas recicladas vezes sem conta.

Os miúdos dos morangos com açúcar são agora adultos. Mas continuam incapazes de distinguir realidade de ficção, e assim exigiram a destruição do país. Tiveram sintomas. Arrastaram milhões para a sua doença mental.

Nunca na historia se fecharam dezenas de escolas, muito menos milhares, por causa de uma infeção. Só por causa de histeria!

A isto chama se nocebo: a sugestão da doença, que não sendo real apresenta até sintomas. O contrário de placebo.

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