Estamos a cuidar de quem precisa?

O grupo mais afetado – ou o único grupo afetado de forma relevante – são os idosos. Todos os esforços de contenção do impacto do vírus deviam focar-se exclusivamente na proteção e promoção de saúde desse grupo, do grupo acima dos 65 anos.
A esmagadora maioria da mortalidade associada ao vírus está nesse grupo em especial em lares de idosos. O caso de Reguengos de Monsaraz é paradigmático do colapso total de cuidados aos lares. Pessoas vulneráveis que deviam ser o foco exclusivo de qualquer medida na verdade foram deixadas a morrer, por SEDE!

Praticamente todas as medidas tomadas exageram o risco para este grupo. A ideia absurda de confinar pessoas saudáveis apenas por uma suspeita ou um teste positivo leva ao colapso de cuidados em lares e hospitalares, precisamente aqueles que mais importância tem para o grupo mais afetado. Milhares de enfermeiros, médicos e funcionários deixaram de trabalhar durante semanas ou meses unicamente porque tiveram em contacto com uma pessoa ou porque tiveram um teste positivo – um teste de péssima qualidade. Isso cria destabilização e colapso da prestação de cuidados e causa mortes evitáveis. Não é o vírus que mata, é a falta de cuidados por causa do medo do vírus.
Não há qualquer fundamento cientifico para considerar como infeciosas ou perigosas pessoas saudáveis, sem sintomas, apenas porque estiveram num local ou tem um teste positivo.