Como é que a prevalência pode ser 0,1% se temos 10% de testes com resultado positivo?

Durante alguns periodos de tempo a percentagens de testes totais que dá resultado positivo ronda os 10%.

Mas a % positividade de um teste não pode ser usada para aferir a qualidade do próprio teste. Não se pode usar um resultado isolado de um processo para averiguar a qualidade do próprio processo, sem o comparar com outro processo reconhecido e aferido. A percentagem de positividade do teste é altamente influenciada pela margem de erro do próprio teste.

A % positividade sobe em correlação fortissima com o número de testes. O número de testes é um factor determinante na qualidade de execução do teste e logo da percentagem de falsos positivos.  Ao aumentar o número de testes, tem que ser processadas muito mais amostras, mais rapido. Os laboratórios sofrem de problemas gravissimos de qualidade como tem sido reportado sistematicamente no UK. Em Portugal não há sequer certificação de laboratórios, foi suspensa por decreto lei https://dre.pt/web/guest/pesquisa/-/search/143067732/details/maximized

A % positivos e o número de casos correlaciona fortemente e em exclusivo com o número de testes, e tem uma correlação baixissima com a mortalidade total (não com a mortalidade covid atribuida ela também pelo teste). Isso indicia com muita certeza que é um factor interno do próprio teste que dita essa correlação – a especificidade – e não um factor biológico que levaria a consequencias como a morte de mais pessoas.

A prevalência só pode ser calculada ou estimada por métodos independentes do método que queremos aferir. Para que seja independente. Os métodos possiveis de aferir a prevalência são

  • Sintomas clinicos
  • Testes de natureza técnica diferente
  • Combinação de ambos

Ora sabemos que 97% dos “casos” reportados por PCR não tem sintomas clinicos. Isto é um indicador fortissimo que a prevalência é baixissima.

Os testes LFT, chamados testes rápidos, que teoricamente tem uma especificidade mais elevada – menos falsos positivos – encontram prevalências residuais. Na Eslováquia em redor de 0,4% e foi testada uma fatia muito significativa da população, em Liverpool 0,1% e nas universidade Britânicas prevalências de 0,01%. Mais recentemente os caminionistas retidos em Kent também com prevalências da mesma ordem de grandeza. Por se tratar de um teste de tecnologia diferente – ainda que sem aferição conhecida – já é “aceitável” usar para aferir outros testes.

Adicionalmente os estudo de serologia do IMM em Portugal encontrou apenas 1,9% de anticorpos. Se dividirmos essa percentagem pelas semanas desde supostamente circula, os anticorpos ficam ao longo do tempo, obtemos prevalencia da infeção a cada momento na ordem dos 0,01%.