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Gustavo Carona a demonstrar ignorância atroz

“Sobre os testes do Presidente da República

Dispensávamos este circo, mas aconteceu. Os que estão pela compreensão da questão ouvirão os peritos, os restantes aproveitarão para confabular teorias da constipação, e todas as visões paralelas da realidade, e isso é perigoso, porque paga-se em vidas, em atraso da recuperação económica, e da nossa alegria de viver.”

Não dispensavamos não! O PR veio servir de exemplo último do que muitos alertam há meses incluindo a própria OMS, o BMJ, o The Lancet. Falsos positivos em elevadissima percentagem em cenários de baixa prevalência. O Douto Carona é que sendo um negacionista fétido da ciência a quem importa exlcusivamente promover os seus livrinhos “humanitários” não pode admitir não saber um chavelho de estatistica de testes.

“Premissas a ter em conta:
– Há 20-30% das pessoas que têm infecção assintomática. Ou seja, têm contacto com o vírus, têm seropositividade, mas não se apercebem de qualquer sintoma (tal como no HIV, VHB e VHC, p.e. nas fases inciais)
– Não há testes falsos-positivos. A especificidade dos testes PCR é cerca de 99% , o que quer dizer que o teste quando dá positivo identifica sem margem para dúvida (razoável) a presença de genes do vírus no corpo.
– A doença tem uma fase de virémia que vem depois da incubação, que dura cerca de uma semana (pode ser mais nos casos mais graves) e é nesta fase que temos mais vírus no corpo.
– Depois da fase de virémia, já não estamos contagiosos, mas podemos ainda ter pedaços do vírus no organismo, que fazem com que a pessoa tenha o teste PCR positivo, mas pode estar curada, se esteve sintomático. Vimos isto na 1ª vaga inúmeras vezes. Pessoas após a infecção terem ficado curadas, mas tinham durante muito tempo testes positivos. Nesta altura até se pedia dois testes de cura negativos. E vimos muitos (ex) doentes a ter um teste negativo e depois positivo, ou ao contrário. Mas isto não é um falso-positivo. Seria um falso-positivo se a pessoa nunca tivesse tido contacto com o vírus. Daí que testar assintomáticos seja sempre um exercício difícil.”

Se eu tiver como premissa que o céu é cor de rosa, também provo que é cor de rosa. Chama-se dogmas.

Não há nada 20-30% das pessoas assintomáticas. São 87% a 97%, pessoas que sendo “casos” ficam em casa sem medicação, sem sintomas, sem nada. Primeira invenção Caronesca.

Há testes falsos positivos, a própria OMS já alertou explicitamente. Segunda invenção Caronesca. Ondé é que está a evidência cientifica de especificidade acima de 99% Caronesca? Não, comparar um PCR com outro PCR não é evidência científica, é fraude. Qual é o papel da prevalência nisto tudo? Já ouviu falar em valor preditivo positivo alucinado Caronesco?

Onde está a prova que é na fase virémica que tem mais virus no corpo? Qual é a importância de ter mais ou menos virus no corpo se poucos são expelidos para contagiar e se não causam sintomas? Terceira invenção Caronesca.

Se a pessoa está curada o resultado é FALSO POSITIVO. Tenha dignidade de não deitar séculos de prática clinica ao lixo. Eu sei que hoje se estuda medicina porque o pai é médico e assim obriga, mas tenha decoro para quem lhe criou a “ciência” durante séculos para ir marrar com média 19 de colégio privado. Quarta invenção Caronesca:

Quando há 1 teste PCR SARS-CoV2 positivo temos a certeza que a pessoa já teve contacto com o vírus, mas só saberemos em que fase da doença está, se teve sintomas.”

Vá estudar valor preditivo positivo. Não diga disparates com essa cara. Quinta invenção Caronesca. O teste PCR não é um teste serológico para estudos epidemiológicos, é um teste CLINICO! É um teste complementar de DIAGNÓSTICO, aventesma médica. Saber se alguém esteve em contacto com o virus é irrelevante e causa a destruição de países. Como é que é possível um médico a exercer diariamente não saber o que é clinica e epidemiologia!?!!

(Existem sim, falsos-negativos. Ou seja, doentes com sintomas, com alterações nas análises e na TAC Torácica características, em que 1 teste vem negativo, embora se venha a confirmar por um outro teste que efectivamente se trata de infecção por SARS CoV-2. Mas os falsos-negativos, não interessam muito para compreender o caso do Presidente).”

Sexta invenção Caronesca. Vá estudar a prevalência da infeção. Como é que pode haver (muitos) falsos negativos se não há reais positivos? Se a prevalência é 0,1% – como provam os inquéritos serológicos e os testes rápidos em Liverpool, Eslováquia e Vila do Conde – como é que pode haver (muitos) falsos negativos se não há pessoas infectadas para o teste se enganar e dizer que é negativo?!??! Quando é que estas personagens obscuras oportunistas vão aprender que se há margem de falsos negativos alta – 100%- sensibilidade –  isso não importa se a prevalência é residual? Que a taxa de falsos negativos é o menor entre margem de falsos negativos (100% – sensibilidade) e da prevalência? Que com uma sensibilidade de 95%, há 5% de margem de  falsos negativos, mas a prevalência é de 0,1% logo a taxa de falsos negativos é apenas de 0,1%!

 

O Presidente, não tendo nos últimos tempos referência a qualquer sintoma, torna-se difícil interpretar o timing do contacto com o vírus, mas que teve, teve. E daí, um dos grandes desafios desta pandemia.”

Vá estudar valor preditivo positivo antes de emitir tais afirmações falsas. Sétima invenção Caronesca.

Aproveitar este “episódio” para desacreditar a comunidade científica é um exercício de pura má-fé. Ou então, acham que temos mais de 4 200 doentes a fingir que estão doentes, e 600 dos quais a fingir que estão a morrer nos Cuidados Intensivos, e claro todos os profissionais de saúde a fingir que estão a fazer o trabalho que sempre fizeram.”

Emitir tantas aldrabices ignorantes em tão pouco tempo é que é desacreditar a comunidade científica. É usar uma bata branca para se fazer passar por sabichão sendo um néscio chocante.

Quando é que esta gente vai perceber que os 4 200 doentes com covid são “doentes com covid” por causa exactamente de um teste positivo, com valor preditivo residual?!!!???!!! Que estão internado por mil outras causas – diabetes, cardíacas, acidentes  – e que têm unicamente um teste positivo!

Os profissionais de saúde não estão a fazer o trabalho que sempre fizeram, nisso concordamos. Uma esmagadora maioria está a fazer muito menos trabalho: não há consultas, não há operações, as urgências estão vazias. A outra parte anda a tratar uma gripe como ébola, e anda a vestir EPP como lunático, a gerir camas para separar covid e não covid e a telefonar a falsos positivos para lhes tirar a liberdade. Estes média 19 nunca vão perceber nada além do que marraram!

Podem dar as voltas que quiserem ao tema. A razão pela qual temos que confinar (na minha opinião, claro) não tem a ver com o número de casos positivos por dia , mas sim o gigantesco número de internamentos de doentes Covid que estão em risco de vida se não tiverem cuidados hospitalares, e o que estes números de doentes obrigam a condicionar no tratamento de uma série de doenças não-Covid, em particular as que causam risco de vida iminente.”

Podem inventar mil Caronescas que quiserem, desde que no final do mês recebam o suplemento covid de 50% do salário estão felizes.

Está a acontecer em todo o mundo, e até a Suécia vai para confinamento. Os organismos de saúde nacionais, europeus e mundias têm o aconselhamento de TODA a comunidade científica, que se questiona, discute, e de uma forma consesual e colegial informa todas as pessoas que estejam disponíveis para ouvir.”

Esta é pura e simplesmente MENTIRA. Não é invenção, é mentira. Mente com todos os dentes. Não há indicação nenhuma, nem nas alucinações destes mentirosos que a Suécia vá para confinamento!

A comunidade científica toda! Diz o aldrabão sem focinho. Nunca ouviu falar de John Ioannidis o epidemiologista mais citado do mundo. Mas para ele não há falsos positivos. Bem que pode inventar a décima Caronesa.

Ser sensato e acreditar em quem sempre fez ciência e olhou pela nossa saúde, ontem, hoje e sempre, é um exercício de enorme inteligência.

Ser sensato é não destruir a vida a milhões de pessoas com medidas fétidas nunca provadas, sem qualquer prova de efeito, apenas para se promover e os seus livrinhos da treta “humanitaristas”

Vá bugiar, oportunista.

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